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Filme de uma beleza inigualável. Filme de uma beleza difícil de aceitar. Inigualável pois não seria possível fazer o que se propôs fazer de forma mais eficaz, nesta Terra ou noutra, para este ou outro sublime mito qualquer. Difícil de aceitar pois já não é possível fingir não encontrar o irlandês católico, moralista por vocação, em cada plano. Luta finalmente perdida. Uma ode ao gigante Henry Fonda. Permite, ao menos, um sorriso. John Wayne, por exemplo, outro dos parceiros de Ford (na verdade: o parceiro), põe o caso no limite mínimo insuportável. É de justiça afirmar que é mínimo. Os valores de uma época e de um lugar específicos queriam-se, ainda se querem em certos sectores, universais, mas o Universo expandiu-se. Hollywood, o tal lugar, tanto esperneou que desapareceu. Deixou os valores por aí espalhados. Outras lutas, igualmente perdidas. As coisas são como são, segundo dizem os sábios populares. De certo modo, vemos apenas o que nos é permitido ver a cada momento... O filme, porque começou com um filme, enfim, esse é perfeito; é também incomodativo. Vejo-o, ao que disse antes, como uma das minhas grandes derrotas. Estranha forma de falar sobre uma obra-prima absoluta.
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