Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O que pode (e deve) fazer um agente de poder imenso, vulgo sapiens sapiens, perante a morte, sabendo-a a dias? Apresentar-se ao mundo como uma Blackstar, uma estrela outrora intensa, num momento, e subitamente, tão energética como toda a galáxia a que pertence, e agora minúscula, matéria negra onde as leis da física já não se aplicam, horizonte de acontecimentos de onde a luz já não emana…
Morrer como se viveu, a criar regras próprias, impossibilitando quaisquer classificações, na contemplação ora serena, ora vertiginosa do abismo.
Se músico, então com uma composição inclassificável de 10 minutos, que mistura, para além do óbvio, electro pop, canto gregoriano, jazz e poesia bíblica. É colossal, intervalado por muito breves instantes de calma expetativa - como a vida e a morte deveriam ser?
Claro que morre, tem de morrer, de outro modo a vida a partir dali não seria possível.
O que fica é uma memória ficcionada, sem contradição, que recolhe os melhores momentos, inventa quando necessário, e assim reconstrói. A ficção da infância, adolescência, permite tudo em nome da sobrevivência. Se através de canções, tanto melhor.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.