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Risco e pesadelo por igual, e também algum intimismo, como convém:

Once Upon a Time... in Hollywood, Quentin Tarantino

Ad Astra, James Gray

Joker, Todd Phillips

High Life, Claire Denis

Midsommar, Ari Aster

The Irishman, Martin Scorsese

John McEnroe - No Império da Perfeição, Julien Faraut

Us, Jordan Peele

The House That Jack Built, Lars Von Trier

Climax, Gaspar Noé

Un Couteau Dans Le Coeur, Yann Gonzalez

The Beach Bum, Harmony Korine

Dolor y Gloria, Pedro Almodóvar 

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publicado às 11:48

"Well I'll be damned
Here comes your ghost again
But that's not unusual
It's just that the moon is full
And you happened to call
And here I sit
Hand on the telephone
Hearing a voice I'd known
A couple of light years ago
Heading straight for a fall
As I remember your eyes
Were bluer than robin's eggs
My poetry was lousy you said
Where are you calling from?
A booth in the midwest
Ten years ago
I bought you some cufflinks
You brought me something
We both know what memories can bring
They bring diamonds and rust
Well you burst on the scene
Already a legend
The unwashed phenomenon
The original vagabond
You strayed into my arms
And there you stayed
Temporarily lost at sea
The Madonna was yours for free
Yes the girl on the half-shell
Would keep you unharmed
Now I see you standing
With brown leaves falling around
And snow in your hair
Now you're smiling out the window
Of that crummy hotel
Over Washington Square
Our breath comes out white clouds
Mingles and hangs in the air
Speaking strictly for me
We both could have died then and there
Now you're telling me
You're not nostalgic
Then give me another word for it
You who are so good with words
And at keeping things vague
Because I need some of that vagueness now
It's all come back too clearly
Yes I loved you dearly
And if you're offering me diamonds and rust
I've already paid "

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publicado às 16:00

Fernando Lemos

por slade, em 18.12.19

Retrato de Alexandre O'Neill:

fernando lemos (7).jpg

Auto-retrato:

fern.jpg

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publicado às 11:51

God Told Me To (1976), de Larry Cohen

por slade, em 17.12.19

God_Told_Me_To_(movie).jpg

Crentes ou não, nada nos prepara para um filme como God Told Me To, do hoje esquecido Larry Cohen. Filme que se dobra e desdobra sobre conceitos adquiridos e outros intuídos que, acreditem, ninguém ousou agregar deste modo.

Deus enlouqueceu – concebeu um mensageiro, deu-lhe corpo e função e, na sequência, determinou uma forma de expressão: o homicídio indiscriminado.

O deus criador sonhou-se omnipotente, semeou a existência e depois, enfim, não muito depois, fartou-se da sua criação – uma entre muitas, ao que se supõe. Então, ao tédio sobrepôs-se a fúria. Tenta livrar-se dela desde essa noite dos tempos; é um deus resiliente, e compensa com paciência a falta do poder integral (perfeição é a única palavra que o pode definir, e não cabe em lugar algum do Universo), mas a dita criação, agora espécie, dada a sua condição viral, resiste. Curiosamente resiste para lá da sua especificidade – isto em relação ao seu meio-ambiente, claro está. Resiste mesmo sem saber que resiste, sem estabelecer uma ligação racional com o acto de defesa. O autodenominado sapiens resiste, não apenas porque pensa em termos abstractos e, por essa razão, vê para lá de si próprio, mas porque há no seu modelo uma resistência inerente, uma defesa inexprimível e levada ao ínfimo do dever orgânico (a implacável função do gene, afinal). Por outras palavras, resiste até na ignorância. Ora, uma resistência não calculada reverte inevitavelmente na perplexidade (inicial) e – sobretudo quando o ataque vem de um criador que junta habilidade e cinismo, i.e., a frustração de um poder paredes-meias com o absoluto, mas com a porta de acesso trancada – no caos (o duplo movimento: causa – efeito). Para esse criador, mais do que um falhanço, o sapiens é um falhanço que se recusa a desaparecer. Então, porque não transformá-lo noutra coisa qualquer? E pelo caminho, o gostinho especial de tornar física a escravidão moral da religião para os que restem, enquanto a espécie for evoluindo, no sonho de ficar mais próxima do seu criador?

Moisés levou o povo eleito (a metáfora possível) para a um lugar seguro, Jesus deixou-se morrer. Ambos foram tentativas falhadas do criador. Demasiado humanos – esqueceram as suas alianças mais profundas, criaram empatia com a espécie que os viu crescer e não com a entidade que os fez diferentes, enviados especiais. Separados por demasiado tempo, talvez. Removidos pela raiz. Rebeldia supra-humana, esta, tão distinta e cuja essência sempre tivemos dificuldade em compreender (mais uma vez, a metáfora possível).

Hoje (tempo moderno – simbólico) as crenças a larga escala já estão praticamente todas ocupadas, não há magotes disponíveis para novas certezas transcendentes feitas lei ecuménica. Um deus criador, não tendo conseguido passar a mensagem, tendo-se dispersado, cada vez mais pedra e menos coração, já não vai lá pela palavra. Resta-lhe, portanto, o caos, pois daí chega ao medo. Uma espécie perplexa e assustada torna-se incapaz de aceitar a solidão da individualidade, que pesa toneladas; todos muito juntinhos e acantonados a partir de agora, entretidos (uns mais que outros) com o mal que os transcende enquanto tentam resolver o mistério mais recente. Um porquê apesar de tudo operacional, com o outro, o que transcende, perdido nas linhas inóspitas, no absoluto do livros-dos-livros (cada um com o seu na cabeceira). Nada de novo, apenas levado a um ponto mais próximo do extremo.

O nosso herói – redentor imponderável e com rosto demasiado característico para parecer herói – sofre, tal como outros antes dele, de excesso de humanidade; mas desta vez nada foi transmitido superiormente, pelo que pouco o distingue dos seus semelhantes. É mais um a viver na perturbação contínua. Imerso no mistério prático (ainda para mais é um agente da autoridade), pendente da crença no divino e, sorte malvada, perdido nos lapsos de uma memória descontínua.

Todavia, se o percurso intermédio é o de qualquer um, o destino é o mesmo do seu antecessor mais famoso. O sacrifício pela salvação dos pobres de espírito. Só que sem direito a recompensa, ao imberbe reconhecimento do divino nele pelos pares redimidos, salvos por agora. Os tempos que vive, que vivemos, científicos e desoladores por igual, a isso levam. O sapiens não está mais próximo da iluminação, mas, quem sabe, talvez esteja mais próximo do que lhe resta de verdade. Enfim, a sua existência também na dor – para que conste, o que determinou o fim do mensageiro da mudança, o enviado menos humano de todos, foi precisamente não compreender o quanto de dor a vida também necessariamente contém; viveu e liderou excessivamente encostado ao limite, julgando-se fora da sua abrangência, por assim dizer; exibir com insistência poderes vedados aos outros fez dele um comandante incontestado e temido, um administrador de sofrimento e morte com aura de intocável, porém essa distanciação não lhe permitiu ver o óbvio em si senão quando já era tarde demais: era hipersensível à dor – o contacto não controlado com o outro era possível, e também a sua fraqueza... A sua perplexidade exposta.

Eis um filme sobre a imanência do imperfeito; posicionamento destemido do autor/realizador, dado o tema, propenso a temores e rejeições desde que a palavra se fez escrita, e que por uma vez é levado às últimas consequências. Era a isto, suponho, que se referia Scorsese quando ligava de modo preciso as palavras risco e cinema no artigo recentemente publicado no The New York Times.

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publicado às 11:43

Agora sim, estou (!)

por slade, em 13.12.19

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publicado às 14:37

Virginia-Woolf-To-The-Lighthouse-1.jpg

Virginia Woolf, To The Lighthouse

What is the meaning of life? That was all - a simple question; one that tended to close in on one with years, the great revelation had never come. The great revelation perhaps never did come. Instead, there were little daily miracles, illuminations, matches struck unexpectedly in the dark; here was one.

For now she need not think of anybody. She could be herself, by herself. And that was what now she often felt the need of - to think; well not even to think. To be silent; to be alone. All the being and the doing, expansive, glittering, vocal, evaporated; and one shrunk, with a sense of solemnity, to being oneself, a wedge-shaped core of darkness, something invisible to others... and this self having shed its attachments was free for the strangest adventures.

So fine was the morning except for a streak of wind here and there that the sea and sky looked all one fabric, as if sails were stuck high up in the sky, or the clouds had dropped down into the sea.”

She had known happiness, exquisite happiness, intense happiness, and it silvered the rough waves a little more brightly, as daylight faded, and the blue went out of the sea and it rolled in waves of pure lemon which curved and swelled and broke upon the beach and the ecstasy burst in her eyes and waves of pure delight raced over the floor of her mind and she felt, It is enough! It is enough!

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publicado às 15:25

"I was walking down the street the other day
A sight came before my eyes
It was a little hippie boy
I must have been twice his size
His appearance typefied his strange breed
Gaudy clothes, long stringy hair hanging down
I'd seen perhaps a thousand
In my early trips to town
As he walked on beside me on down the block
I noticed no unpleasing smell
He might have been on the weed or even LSD
But if he was I couldn't tell
So we walked together that way through this neighborhood
Finally he turned around to me and he
He said "friend you know we're a million miles apart
But you know something?
We can enjoy the sunshine and the weather
So why don't we put our differences aside
And just talk to each other?
You see this box beneath my arm?
To you it's plain, it has no charm
But to someone dearest to my heart
This box has played a tragic part
This little one can't tell you himself
About his life and how he died
But if anyone else could speak for him,
I guess I'm qualified
This boy was in Chicago, he didn't know why he was there
He was with his family and friends and he didn't really care
You might have been one of those who saw
The struggle there on your television screen
The tragic thing is so much else happened
That no one else could have seen
A stranger handed this boy a dollar
To do a simple chore
To carry a package to a nearby hotel
And when he returned he'd get two more
But when he came back he sort of lost his way walking through the crowd
One of them things you ask yourself,
How the Lord allowed
But when he was found he was like he is now,
Dreaming sweet and still
And in his little hand was a crumpled dollar bill
Now you can take that dollar
Get four cents on it, compound it quarterly at any downtown bank
So they can back some hot new tank or atom bomb
Well, what I'm going to tell you now, you can stay or you can leave
You kind of listened to my story so far but just one more thing
It's the same for any hippie, bum or hillbilly out on the street
Just remember this little boy and never carry more than you can eat
Now could you help us sing this song, please
There will be peace in the valley for him now we pray
I will think of the little hippie boy that way."
-
Gram Parsons e a concórdia - com as devidas drogas pelo meio. Morreu aos 26 anos, de overdose, tão singularmente belo quanto um sapiens pode ser... Invulgar e ofuscante, por assim dizer.

gram.jpg

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publicado às 11:46

The Coming Of The Mule

The Black Tower

Sim, houve um tempo anterior a este em que os géneros se interligavam acorde a acorde, palavra a palavra - o que tornava impossível a sua síntese. Foi o tempo da viagem ao fantástico... A canção era o veículo perfeito.

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publicado às 15:44

Robert de Niro

por slade, em 02.12.19

Bloody Mama (1970)

robert de niro.JPG

Mean Streets (1973)

bobby de niro.png

The Deer Hunter (1978)

de niro 2.jpg

Cape Fear (1991)

de niro 3.jpg

The Irishman (1944 - 1998 ?) , do ponto de vista de 2019

de niro 4.jpg

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publicado às 15:21


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