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Estranhamente nem crítica nem público prestaram o devido tributo a Evolution, a segunda longa-metragem de Lucile H (segunda de duas, por enquanto).

Estamos perante um projecto radical, é certo, mas que não nos empurra para um canto com um certo desdém, como tão bem (tão mal) (tão equivocadamente) o fazem outros, como Gaspar Noé ou Nicolas Winding Refn. Prefere levar-nos pela mão. Pede vasto e dedicado culto, digamos.

Local e atmosfera são o suporte do filme. Elementos totais, num filme onde praticamente (e felizmente) não existem diálogos. O lugar onde decorre é paradisíaco, a mais bela das ilhas mediterrânicas, num mar tão reconhecível quanto potencialmente longínquo – e o potencial é cósmico, talvez outro planeta. Não que a distância mensurável importe. A atmosfera é de estranheza, e é essa a distância que prevalece, entre as nossas expectativas (bucólicas, marítimas, salinas, por isso lhe começámos por lhe chamar a mais bela das ilhas mediterrânicas) e o que nunca saberemos.

O olhar primordial provém de uma criança (o que até pode parecer oportuno), mas como a construção nos leva rapidamente do mistério para a virulência e depois para o horror, transformando o éden em terreno de absoluta hostilidade, é com a e na criança (de corpo e alma, no seu corpo e na sua alma perdidos) que vamos sofrer – como já não víamos desde Indiana Jones e o Templo Perdido. E isto sem perder de vista o sublime. O Inferno, campo de todas as contradições, para mal dos pecados de muito sonhador desejoso de ser levado pela mão, sempre se deu bem com o belo.

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publicado às 12:37


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